Manter a qualidade dos produtos na indústria alimentícia representa um desafio enorme para quem atua no ramo. Afinal de contas, é preciso ter um controle rigoroso para evitar que agentes contaminantes atinjam os alimentos e prejudiquem toda a cadeia. Logo, as Boas Práticas de Fabricação (BPF) devem nortear o trabalho nesses ambientes.
Aliás, você conhece as BPF? Com tantas normas e exigências a serem seguidas no setor alimentício, é natural que algumas medidas passem despercebidas. No entanto, quando o assunto envolve as boas práticas de produção alimentar, precisamos dedicar a nossa total atenção para entregar melhores produtos ao consumidor.
Saiba, neste artigo, o que são as BPF, qual a sua importância e a sua relação com os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) mais utilizados na indústria de alimentos!
O que são as Boas Práticas de Fabricação e qual a sua importância?
São medidas e ações implementadas em indústrias de qualquer segmento com a finalidade de atender às normas de qualidade determinadas para cada tipo de produto. Ao adotar as Boas Práticas de Fabricação, busca-se cumprir as determinações previstas nas legislações vigentes e garantir a plena satisfação dos consumidores.
Na indústria de alimentos, em particular, as BPF são cruciais, já que os riscos de contaminação precisam ser reduzidos ao máximo para evitar prejuízos financeiros e o comprometimento da saúde e do bem-estar de toda a sociedade. Para a eficiência do setor produtivo, portanto, é fundamental adequar-se às regras.
Em resumo, as Boas Práticas de Fabricação no setor alimentício são importantes porque:
- diminuem consideravelmente o perigo de contaminação e misturas inapropriadas nos alimentos;
- asseguram a qualidade dos processos e das atividades;
- garantem a boa reputação da empresa;
- demonstram que a indústria produtora de alimentos se preocupa com o consumidor.
Legislação
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é o órgão responsável por fiscalizar e atestar o cumprimento ou o descumprimento das BPF. Dentre as legislações vigentes, vale mencionar a Portaria SVS/MS nº 326/97, a qual determina os requisitos para o alcance das boas práticas e das condições higiênico-sanitárias nas indústrias de alimentos.
De forma geral, os aspectos tratados na portaria definem as regras relativas a:
- produção e seleção das matérias-primas;
- manipulação dos alimentos;
- condições do estabelecimento produtor;
- saúde e higiene pessoal dos funcionários;
- adequação dos equipamentos;
- qualidade e padronização dos processos, entre outras.
É importante ressaltar que o desrespeito às diretrizes contidas nas normas vigentes acarreta sanções — de advertências a multas ou, até mesmo, ao cancelamento do alvará de licenciamento. Portanto, as indústrias alimentícias têm a obrigação de se adequarem à legislação para garantirem o devido controle da produção e o acesso a alimentos de qualidade.
Qual a relação das BPF com os EPIs?
Uma das formas de adotar as Boas Práticas de Fabricação é por meio do emprego dos Equipamentos de Proteção Individual. Aliás, vale destacar que esses itens são obrigatórios no ramo industrial, incluindo o de alimentos. Afinal de contas, eles protegem a saúde dos colaboradores ao mesmo tempo em que auxiliam no controle de qualidade, evitando a contaminação dos produtos.
Sendo assim, os EPIs devem ser utilizados nos ambientes destinados à produção, principalmente por funcionários responsáveis pela manipulação de máquinas e dos alimentos. Inclusive, há normas que determinam o uso desses equipamentos, como a NR-6, a qual impõe obrigações ao empregador a fim de proteger os colaboradores dos riscos à sua segurança e à saúde durante as atividades.
Quais são os EPIs utilizados na indústria de alimentos?
Veja, abaixo, quais são os principais Equipamentos de Proteção Individual utilizados na indústria de alimentos para proteger os colaboradores e garantir as Boas Práticas de Fabricação!
Toucas
As toucas devem ser descartáveis e impedir que os fios e outros micro-organismos caiam sobre os alimentos e as máquinas, de forma a evitar a contaminação dos produtos. É preciso que elas cubram todo o cabelo.
Luvas
As luvas são indispensáveis na manipulação de alimentos. Aliás, elas precisam ser adequadas ao tipo de produto e à atividade que o colaborador realiza. As com resistência a corte são ideais para o manuseio de objetos cortantes; já as nitrílicas ou de borracha são indicadas para o manejo de itens congelados, por exemplo.
Respiradores ou máscaras
Esses Equipamentos de Proteção Individual impedem que a saliva do funcionário chegue até o alimento ou que a poeira afete as suas vias aéreas (caso ele trabalhe na moagem e na trituração de itens alimentícios).
Protetores auriculares
Os protetores de ouvido são recomendados aos trabalhadores que atuam em ambientes cujo ruído seja constante. Eles preservam a audição e previnem a surdez.
Óculos
Em indústrias que processam alimentos ou realizam a mistura de insumos, o uso de óculos é de fundamental importância. Esses EPIs preservam os olhos de partículas que, além de causarem irritação, podem levar à cegueira.
Avental
O avental protege boa parte do corpo do colaborador, ou seja, a região do peitoral, do tronco e das coxas, evitando a contaminação e, ainda, o risco de queimaduras, choques e cortes. Os modelos impermeáveis, térmicos ou de plástico de espessura grossa oferecem uma barreira maior.
Vestimentas térmicas
Além dos aventais, entram na relação das vestimentas térmicas os macacões, as meias, as botas, as luvas, os mangotes e os jalecos. Tais EPIs preservam a estabilidade da temperatura corporal em ambientes muito frios ou quentes. Por isso, são indicados em câmaras frias e durante o contato com fornos, por exemplo.
Botas
As botas evitam escorregões e quedas, logo, são também fundamentais nas indústrias de alimentos. Ainda, elas protegem o trabalhador de objetos, materiais cortantes e produtos químicos que possam cair sobre os seus pés.
Ao selecionar esses equipamentos, contudo, vale lembrar a importância de observar alguns aspectos, como a qualidade, o tipo de material (o qual deve ser adequado à atividade), a certificação (que atesta a boa procedência do produto) e a credibilidade do fornecedor. Tais requisitos são essenciais para fazer a escolha certa dos EPIs e assegurar a integridade dos processos.
Neste artigo, mostramos o que são as Boas Práticas de Fabricação e a sua importância para a indústria alimentícia. Agora, você sabe por que aplicá-las em sua empresa é primordial para garantir a produção de alimentos seguros e de qualidade. Dessa forma, é possível evitar sanções, preservar a reputação institucional e proporcionar a satisfação dos consumidores finais.
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