Você já ouviu ou leu em algum artigo da sua área sobre a indústria 4.0? Essa expressão só vem ganhando força e acontecendo na prática a cada dia — e a indústria alimentícia é um dos mercados que passa por essa transformação!
Depois da primeira Revolução Industrial, no século XVIII; da segunda, com a chegada da linha de produção automobilística em 1913; e da terceira, com a automação dos anos 1950, chega agora uma nova era no mundo. Na verdade, você já vive a revolução 4.0 em seu dia a dia, mas talvez não tenha percebido os seus efeitos.
Então, ficou interessado? Continue lendo e descubra tudo sobre esse conceito que surgiu há poucos anos, mas já vem se tornando uma realidade mundial!
O que é a indústria 4.0?
Essa expressão apareceu em uma convenção na cidade de Hannover, na Alemanha, em 2011. À época, ela foi usada para descrever um projeto em que as máquinas são conectadas a sistemas inteligentes e controladas de forma remota ou, quando não, autônoma.
Em outras palavras, o termo se aplica a uma nova revolução industrial, que estabelece novas formas, ferramentas e condições — de trabalho e de vida. E, além da indústria de alimentos, essa também chamada quarta revolução da indústria chega a vários outros setores mundiais.
Dentro desse contexto, a expressão reforça o conceito e a adoção de máquinas que operam sem manuseio humano. Uma vez criado um sistema, operacionalizadas as etapas e iniciados os trabalhos, os maquinários fazem 100% das ações. Isso inclui: manutenções, identificação de falhas, correções e mudanças de operação durante o funcionamento.
Qual é o cenário da indústria 4.0 no Brasil?
O Brasil ainda vive uma parcela muito pequena da indústria 4.0 em todos os setores, de modo geral. A maior parte das indústrias que operam aqui contam com sistemas que datam das revoluções passadas, que instituíram equipamentos que exigem operação humana. Já outra parcela industrial, mais avançada, opera com maquinário robotizado, que demanda principalmente recursos mecatrônicos e de programação.
Em comparação com países como Alemanha, Suécia, Noruega e Estados Unidos, o Brasil está muito defasado nesse quesito tecnológico. Com isso, o país ainda está na 66ª posição no índice Global de Inovação, publicado pela Universidade de Cornell com outras organizações.
Como ela se aplica no setor alimentício?
No setor alimentício, a indústria 4.0 opera de forma igual para outras indústrias. Processos, maquinário e colaboradores passarão por reciclagens para se adequarem ao novo momento de trabalho.
Centrais de monitoramento serão substituídas por aparelhos portáteis e sistemas on-line, com controle total da fábrica, e gestores terão maior autonomia e tempo para tomar decisões e conduzir operações. Ainda haverá o enxugamento de quadro interno, por conta da substituição de postos por robôs inteligentes. Assim, o controle de perdas, custos e outros pontos será muito mais eficiente.
Da mesma forma como as mudanças trazidas pela nova indústria já estão mudando a realidade interna das empresas, a cadeia toda será modificada. Fornecedores, clientes e consumidores finais também terão seus trabalhos e hábitos inteiramente alterados pelas novas tecnologias.
Com isso, há de se pensar em uma cadeia de abastecimento ainda mais integrada, com uma quantidade imensa de dados disponíveis para cada etapa. Sem dúvida, segurança, monitoramento e conectividade são palavras constantes na indústria 4.0.
Quais são os princípios básicos da quarta indústria?
Alguns princípios básicos guiam esse novo paradigma da indústria e dão a dimensão do alcance e das mudanças que essa revolução traz ao mundo. Vejamos, então, quais são eles!
Operação em tempo real
Cada etapa da produção industrial recebe um sistema inteligente e interconectado a softwares de uso remoto. Assim, toda a operação é monitorada, gerenciada e modificada em tempo real, 24 horas por dia.
Virtualização
Por meio de sensores instalados em cada fase dos processos e transmissões sem fio, tudo é controlado remotamente a grandes distâncias. Isso permite, por exemplo, que gestores e diretores operem 100% de uma fábrica diretamente de suas casas, por meio de computadores, tablets e smartphones.
Além disso, a virtualização cria simulações feitas com inteligência artificial em ambiente virtual, mas idêntico ao real. Dessa forma, todos os erros, melhorias e outros principais pontos podem ser checados com segurança antes da tomada de decisões na realidade.
Descentralização
Esse processo consiste nas próprias máquinas fazerem os seus checklists e fornecerem informações em tempo real aos gestores, tornando o trabalho deles muito mais produtivo. Cada máquina tem um módulo de inteligência artificial para avaliar seu status de funcionamento e enviar, de forma programada, análises e relatórios.
Modularidade
A modularidade é empregada de acordo com as necessidades de cada indústria, garantindo que os trabalhos sejam altamente eficientes e reduzindo custos. Na prática, isso funciona com módulos acopláveis às máquinas, de fácil manuseio.
Ainda, tais aparelhos modulares permitem o deslocamento físico com facilidade, o que auxilia a organização das fábricas e de processos, em geral.
Quais são os números da nova indústria, hoje?
Apesar de o Brasil ter uma posição ainda muito distante de um quadro industrial avançado, já vivemos alguns pontos positivos nesse assunto. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), por exemplo, o investimento das empresas em novas tecnologias foi de 73% em 2018.
Além disso, 67% das fábricas já usam sistemas de gestão ERP e outros para controlar processos internos — os dados são da Associação Brasileira de Automação. Muito representativos para o setor também são os quase 40% dos gestores de grandes indústrias que já afirmam que usar tecnologias avançadas é um diferencial competitivo, segundo pesquisa da Deloitte.
Como ficam os profissionais dentro da indústria 4.0?
Com a alta entrada de novas tecnologias no mundo industrial, como ficam os empregos convencionais? Bom, é chegada a hora também de um novo perfil de profissional se adaptar a esse cenário que já se impõe.
Hoje, qualificações técnicas não são mais diferenciais, mas sim requisitos mínimos para se operar na indústria 4.0. Habilidades em programação, TI, automação e análise de dados, por exemplo, são fundamentais para trabalhar em setores industriais.
Além desse quesito, em um cenário em que há mais máquinas do que pessoas, o relacionamento entre colaboradores será altamente valorizado. Qualidades interpessoais e pessoais como criatividade, relacionamento entre equipe, rápida tomada de decisões, coordenação de equipes e pensamento crítico são cruciais.
Enfim, diante de todas essas informações sobre as mudanças que a nova era industrial traz, é essencial pensar em novas formas de trabalho e operações. Afinal, como vimos, a indústria 4.0 prova que cada passo novo tecnológico é motivo para adaptação profissional e industrial.
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