A indústria alimentícia é basicamente formada por produtores rurais, industriais, distribuidores e comércio. Além dos alimentos que chegam ao consumidor final, essa indústria se abastece de insumos, produtos e materiais para produção. Todos esses elementos devem garantir a segurança necessária para não trazer riscos à saúde das pessoas.
Além de normas e leis às quais toda empresa da indústria alimentar está submetida, as companhias devem adotar uma série de medidas de controle de qualidade. Por esse motivo, é imprescindível entender o papel de cada parte dos processos industriais e o que elas devem cumprir para garantir serviços e produtos seguros.
Conheça, a seguir, a importância da indústria na segurança alimentar, além de normas, procedimentos e soluções que o setor como um todo deve implementar. Boa leitura!
A origem do termo segurança alimentar
O conceito básico de segurança alimentar é conhecido pela maioria, entretanto, nem todo mundo sabe por que esse termo foi criado e como se deu o seu surgimento. A importância da segurança alimentar começou a ser discutida somente após o término da 1ª Guerra Mundial — o que significa que, para a história, esse é um assunto relativamente recente. Foi graças ao cenário de guerra que os países perceberam que controlar a distribuição de alimentos era a maior arma de combate.
A produção agrícola diminuiu muito durante os anos de guerra, pois a maioria dos homens era convocada para participar do exército. Além disso, o solo já não era mais o mesmo devido à emissão de metais pesados e outras substâncias utilizadas pela indústria bélica. A população europeia estava devastada e faminta.
Os países incapazes de produzir alimentos suficientes para saciar a fome da sua população dependiam da ajuda de grandes potências. Então, as nações perceberam que controlar a distribuição de comida dos países era a melhor forma de fazer um inimigo sucumbir.
É certo afirmar, portanto, que “segurança alimentar” é um termo de origem militar, o que significa que cada país deve alcançar a sua autossuficiência em produção alimentar e ter estoques estratégicos para não depender e ceder às outras nações. O tempo passou e o termo, logicamente, sofreu algumas modificações. Hoje em dia, segurança alimentar é um conceito muito mais complexo e que não tem relação nenhuma com guerras.
A importância da segurança alimentar
Toda cadeia produtiva pela qual os alimentos passam gera riscos de contaminação e, consequentemente, podem comprometer a saúde do consumidor. Por esse motivo, a segurança dos alimentos deve ser a prioridade máxima de companhias que atuam nesse setor.
Cada parte responsável do setor, seja com fornecimento de insumos, matéria-prima, equipamentos, transporte ou no processamento de alimentos deve ter alto controle de qualidade para garantir a segurança de seus processos.
Muito embora os alimentos corram o risco iminente de contaminação em qualquer etapa produtiva, procedimentos como o manuseio e o transporte acabam por demandar mais atenção. Variações de temperatura, choques por manipulação incorreta e rompimentos de embalagens são alguns dos principais obstáculos que a indústria enfrenta.
Por conta desses riscos, a contaminação química, física ou biológica pode acontecer, e uma doença transmitida por alimento (DTA) atinge o consumidor. Pensando em escala, uma falha de segurança alimentar pode levar milhares de pessoas ao risco de morte por uma contaminação em massa.
O papel das indústrias
Diante de todos os riscos que a indústria alimentar vive em seus processos, seu papel é criar, manter e atualizar controles de qualidade que os eliminem ou ao menos diminuam.
Quando um controle de qualidade é bem-sucedido, a segurança alimentar será garantida em todos os momentos. Tal controle conta com várias ferramentas que indicam parâmetros seguros de trabalho dentro de cada processo industrial.
Veja, a seguir, as ferramentas essenciais para ter um controle de qualidade completo:
- estabelecer e cumprir normas e padrões de procedimentos;
- obedecer às leis municipais, estaduais e federais do setor;
- realizar fichas técnicas de produtos;
- obter certificações de segurança;
- fazer manutenções preventivas em maquinários;
- buscar atualizações e novidades do setor para otimizar processos;
- ter profissionais qualificados em todas as áreas;
- treinar equipes e obter feedback sobre processos;
- contar com o trabalho de técnicos e auditores internos ou externos;
- fazer o uso de EPIs e demais ferramentas adequadas ao setor;
- garantir a segurança de todos os procedimentos produtivos, assim como de seu quadro de colaboradores.
Os órgãos e normas de segurança de alimentação
Conheça quais são os principais órgãos e normas que visam garantir a segurança em todos os processos.
MAPA
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) é o maior órgão nacional fiscalizador da indústria alimentar. Técnicos fazem o trabalho de vistoriar e acompanhar os processos internos de empresas do setor para constatar se cumprem as leis estabelecidas pelo ministério.
Anvisa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é o órgão federal que busca garantir a saúde do consumidor por meio do controle sanitário. São fiscalizados pela Anvisa desde agentes primários, como produtores, até empresas de processamento, como bares, restaurantes e estabelecimentos de venda de alimentos.
Vigilância sanitária (estadual e municipal)
Além da Anvisa, ainda há o apoio das vigilâncias sanitárias municipais e estaduais que complementam o trabalho federal e auxiliam na prevenção de riscos à saúde.
FDE
O FoodDrinkEurope é um órgão vinculado aos Estados Unidos e à União Europeia que busca, com auditorias e pesquisas, desenvolver ferramentas para a indústria e criar uma cadeia produtiva mundial mais sustentável. Com especialistas em segurança da alimentação, o FDE desenvolve estudos que são levados a poderes legislativos a fim de aumentar o controle de qualidade da indústria mundial.
As normas do setor
Veja o que é requisitado para operar na área alimentícia. Confira!
Auditorias
As auditorias são formas eficazes de garantir o controle de qualidade de uma empresa do ramo alimentar. Os auditores podem ser tanto terceirizados como internos da companhia.
O trabalho deles consiste em fazer as inspeções em toda a área onde os alimentos, embalagens e demais aspectos da produção passam, emitindo laudos que atestam ou reprovam a garantia de segurança. Tais laudos são enviados para os órgãos do estado, comprovando o cumprimento das leis.
RDC 51
A Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) é um regulamento feito pela Anvisa que cria critérios para limitar a migração de substâncias derivadas de materiais, plásticos e embalagens que entram em contato com alimentos. Esses critérios servem para avaliar se substâncias potencialmente tóxicas provenientes de plásticos e outros materiais em contato com o alimento estão acima do permitido.
RDC 52
Como o nome já revela, a RDC 52 é complementar à 51. Entretanto, os critérios são para a taxa de pureza e níveis máximos permitidos no uso de corantes em materiais em contato com alimentos.
APPCC
A Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) é uma norma com origem na Grã-Bretanha nos anos 50, que estabelece regras de controle sobre todas as etapas da produção da indústria alimentar.
BRC para a segurança de alimentos
A norma global BRC para a segurança de alimentos foi fundada em 1998, e está atualmente em sua oitava versão. Essa norma foi criada especialmente para os fabricantes de alimentos para garantir a conformidade do fornecedor e assegurar a qualidade e a segurança dos alimentos que eles vendem.
FSMA
O Food Safety Modernization Act (ou em português, Lei de Modernização da Segurança de Alimentos) é uma norma que foi assinada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. A lei foi criada em 4 de janeiro de 2011 e tem sido usada como referência por empresas do mundo inteiro até os dias de hoje.
ISO 22000
É uma das principais normas do mundo, que estabelece regras direcionadas a cada parte dos processos produtivos, seja para produtores de alimentos, insumos, matéria-prima, embalagens, produtos de limpeza ou máquinas.
As boas práticas de segurança e qualidade
Além de cumprir com uma série de normas e órgãos, há boas práticas de segurança e qualidade que devem ser adotadas pela indústria. Conheça cada uma das ações:
- garantir o controle de qualidade;
- automatizar a maior parte possível de processos;
- integrar e auditar processos;
- certificar a empresa;
- controlar o estoque;
- realizar o procedimento operacional padrão (POP);
- definir pontos críticos de controle (PCCs);
- estabelecer indicadores de desempenho;
- acompanhar resultados;
- obter feedback e acompanhar equipes;
- investir em pesquisa e desenvolvimento;
- aprimorar processos e melhoria de resultados;
- investir em colaboradores qualificados;
- tornar obrigatório o uso de EPIs;
- oferecer treinamentos;
- manter equipamentos de acordo com leis e normas da categoria.
A importância do uso de EPIs e da higiene nas indústrias
Infelizmente, todos os setores industriais são passíveis de acidentes de trabalho, que geram, além de danos à saúde, grandes prejuízos para a economia provocados por indenizações e paradas da produção. A indústria de alimentos compõe essa realidade por apresentar vários processos que demonstram risco à saúde. Por isso, o uso dos EPIs (Equipamento de Proteção Individual) é indispensável.
Os EPIs são recursos (algumas vezes, de uso obrigatório) amplamente empregados para a segurança do trabalhador no exercício de suas funções. O objetivo do equipamento é garantir a proteção contra os riscos de acidentes e doenças ocupacionais, mantendo o conforto e a saúde durante a realização de operações que possam representar algum risco.
Para o trabalho com alimentos, alguns equipamentos são indispensáveis, tais como:
- luvas de proteção;
- botas;
- máscaras;
- uniformes (jaleco, touca e avental);
- mangotes;
- protetor auricular;
- respiradores;
- vestimentas de proteção térmica.
É importante ressaltar que todos os EPIs utilizados em uma cozinha industrial, por exemplo, devem ter a procedência de estabelecimentos de credibilidade, além de conter a qualidade exigida pelos órgãos normativos. Com relação à higiene nas indústrias de alimentos, os processos adotados pretendem garantir a qualidade e a segurança dos produtos alimentares.
A adoção adequada de hábitos de higiene pelos manipuladores de alimentos aliada às ações de higienização do ambiente como um todo reduzem os possíveis riscos de contaminação, possibilitando a obtenção de um produto que, além de preservar as qualidades nutricionais e sensoriais, tenha uma boa condição higiênico-sanitária.
Conheça, a seguir, algumas medidas de higiene que devem ser adotadas nas indústrias alimentícias:
- manter as mãos sempre higienizadas;
- prezar pela estética e limpeza dos colaboradores;
- utilizar cabelos presos e cobertos com redes ou toucas;
- não utilizar adornos como anéis, relógios, brincos ou pulseiras;
- não fumar, comer, tossir, espirrar, cantar, assoviar ou conversar durante o preparo de alimentos;
- utilizar os uniformes adequados;
- capacitar periodicamente os funcionários;
- certificar que o ambiente de trabalho esteja em boas condições para o processamento de alimentos;
- limpar e desinfetar todas as instalações, equipamentos e utensílios.
Sem dúvidas, conhecer tais práticas que envolvem a higiene na indústria de alimentos é de extrema importância. Isso porque elas representam um padrão para a inserção de um programa de excelência em um setor industrial, caracterizando-se como um pré-requisito para a qualidade e a segurança do produto.
O treinamento contínuo para garantir as boas práticas
Até agora, vimos quais são as normas, as boas práticas e a importância da higiene e do uso de EPIs para a segurança alimentar. Todavia, de nada vale todo esse conhecimento se os colaboradores que atuam na indústria alimentícia deixarem de seguir rigorosamente as devidas recomendações.
Para tanto, cabe aos gestores do setor promover o treinamento contínuo de suas equipes. A proteção garantida pelos EPIs, por exemplo, só pode ser assegurada se tais equipamentos forem utilizados de forma adequada, conforme orienta o fabricante. A mesma importância deve ser dada ao descarte desses materiais.
Quando falamos em manipulação de alimentos, percebemos ainda mais a relevância do treinamento. Afinal, qualquer descuido acarreta prejuízos à qualidade dos itens produzidos e à imagem da empresa. Nesse caso, é fundamental treinar os colaboradores regularmente — primeiro, transmitindo informações; depois, praticando-as pelo tempo que for necessário.
Os treinamentos servem — nada mais, nada menos — para reforçar as boas práticas que devem ser seguidas à risca pelo setor alimentício. Eles, obviamente, precisam ser avaliados por meio de dados coletados pela indústria, para que os gestores saibam se estão no caminho certo ou a rota precisa ser corrigida.
As tecnologias utilizadas para melhorar processos
Em busca de competitividade, a indústria alimentícia está de olho não apenas em práticas conhecidas que garantem a segurança em toda a cadeia produtiva, mas também em tecnologias que otimizam processos e, obviamente, contribuem com a excelência na produção e no fornecimento de produtos alimentícios.
Tendo em vista o impacto dessas tecnologias no setor e o interesse cada vez mais amplo por elas, listamos, a seguir, os principais recursos que vêm sendo utilizados pelas indústrias do ramo para melhorar seus processos e proporcionar segurança aos alimentos. Veja!
Inteligência Artificial (IA)
A inteligência artificial pode ser utilizada para realizar previsões acerca do comportamento dos maquinários industriais a partir de dados coletados. Ainda, sabemos que a IA substitui uma série de atividades humanas, podendo ser empregada para atendimento ao consumidor por chatbots, o qual se mostra muito mais ágil, além de intuitivo.
Big Data
A alta capacidade de processamento de softwares de análise de dados tem crescido vertiginosamente — e a razão para isso não é vã. O famoso Big Data traz uma série de benefícios à indústria alimentícia, como identificação de pontos críticos, melhoria da produtividade e definição de estratégias, possibilitando a tomada de decisões mais acertadas e inteligentes.
Um exemplo é o uso de ferramentas de Big Data para identificar quando um equipamento apresentará defeito. Assim, é possível realizar a manutenção da máquina antes do aparecimento de problemas que comprometam a operação e a produtividade, de forma a evitar paradas não programadas, além de perdas de matéria-prima e insumos.
Blockchain
A tecnologia Blockchain garante o armazenamento de dados de maneira extremamente segura. Ela pode ser usada, por exemplo, na rastreabilidade de produtos, como uma camada complementar de proteção, registrando a origem ou procedência de itens alimentícios ou outras peculiaridades, e por aí vai.
Além disso, o Blockchain é usado para assegurar credibilidade às transações comerciais. Com o recurso, não é preciso comprovar a veracidade de acordos ou pagamentos, já que a própria tecnologia se encarrega de executar essa tarefa.
Internet das Coisas (IoT)
Já pensou em um controle de estoque sem inventários ou conferências? Isso pode ser tornar realidade com o uso da Internet das Coisas (IoT) na indústria alimentícia. Essa tecnologia permite a interconexão digital de objetos por meio da internet, como etiquetas, sensores e câmeras. Incrível, não?
As principais tendências no quesito segurança alimentar
Os consumidores estão cada vez mais conscientes. Se há alguns anos era raro encontrar alguém que lesse os rótulos dos produtos, hoje a situação é totalmente o oposto: a maioria das pessoas leem os rótulos e acompanham os processos das indústrias de perto.
Uma das maiores tendências entre as indústrias alimentícias é, portanto, atuar com transparência. Os consumidores sentem mais confiança em marcas que não se importam de mostrar como as suas indústrias funcionam. Toda essa sinceridade agrega valor à experiência de compra. Além disso, as empresas estão mais conscientes de que a qualidade e a segurança dos alimentos oferecidas aos consumidores é importante para a sua imagem e reputação
Outra tendência muito importante a ser seguida é ser mais sustentável. Não é à toa que dizem que nós vivemos a geração saúde, na qual as pessoas estão mais preocupadas com seus corpos e, principalmente, com o que consomem. Afinal, não é porque um produto é industrializado que ele precisa ter uma lista gigantesca de aditivos químicos.
Nesse aspecto, vale destacar o papel das embalagens – um fator que gera uma percepção maior e mais imediata ao consumidor com relação à sustentabilidade. Além das funções de preservação/conservação, os fabricantes de alimentos e bebidas têm percebido a relevância da embalagem na comunicação com o consumidor e isso tem sido uma força motriz de inovação no setor.
Com estilos de vida cada vez mais ocupados, os consumidores têm exigido mais comodidade. O segmento “grab and go” é uma forma de atender o público que não quer gastar muito tempo comendo em restaurantes. Trata-se da ideia de unir a praticidade de uma loja “express” com a qualidade da alta gastronomia.
Os serviços de delivery, por meio de aplicativos como iFood, Rappi e Uber Eats, crescem cada vez mais, pois facilitam a vida dos consumidores. Há pouco tempo, o delivery era voltado apenas para refeições rápidas e calóricas, como pizzas e sanduíches.
Contudo, o conceito de entrega em casa ganhou um novo significado, oferecendo mais variedades gastronômicas, com a introdução de alimentos diversificados e sobremesas mais rebuscadas. Dessa forma, toda empresa que se preocupa com a opinião de seus consumidores deve seguir essas tendências se quiser se destacar no mercado e não ser deixada de lado.
As soluções de uma empresa especialista no assunto
Para garantir a segurança alimentar, contar com uma empresa especializada na área é a melhor maneira de diminuir, ou mesmo eliminar os riscos à saúde do consumidor. A Volk do Brasil traz tecnologias e informações atualizadas sobre o que há de mais eficiente e seguro em controles de qualidade e segurança da alimentação.
Nossa empresa aplica treinamentos práticos de acordo com as necessidades do cliente, tendo o diferencial de visita às instalações. No local, o cliente pode aprender como o produto dele se comporta frente a diferentes temperaturas, em três tipos de fornos: um popular, um médio e um cooktop.
Nos experimentos práticos, a temperatura do forno é medida em tempo real por um software. Assim, o cliente entende precisamente qual será a melhor solução para seu produto e pode informar, na embalagem, a temperatura ideal de preparo.
Além disso, a Volk do Brasil oferece apoio técnico que faz um trabalho de análise, pesquisa, desenvolvimento e aplicação de soluções com avaliação de custo-benefício. A empresa também oferece um pós-venda efetivo em acompanhar as ações implementadas, medir e avaliar novas necessidades para os projetos do cliente.
Quando o assunto é indústria e segurança alimentar, além de todas as normas, leis e dispositivos de controle de qualidade, a empresa deve contar com especialistas. Assim, a companhia fica assegurada de que o trabalho será feito por profissionais munidos de conhecimento específico e ampla visão da indústria alimentícia.
O conteúdo foi útil? Quer saber como podemos ajudar você a garantir a segurança alimentar em sua empresa? Se sim, aproveite que chegou até aqui e entre em contato com a Volk do Brasil agora mesmo!
Muito legal, elaborado e completo o texto!! Muito obrigada.